Painel de azulejos "Viajar no tempo"

Sobre o painel

Projeto Cri'Arte

Cri´Arte foi um projeto que tem como propósito estimular a criatividade da criança, estimulando o crescimento e enriquecimento pessoal através daquilo que ela produz, comunicar sensações, sentimentos, emoções, desejos, ideias e experiências. Efetivamente, através da sua arte, a criança desenvolve competências de perceção, expressão e comunicação, promovendo a construção de novas ideias e assumindo posições sobre o Mundo. Ao vivenciar experiências artísticas, a criança poderá despertar uma maior capacidade imaginativa. Além disso, irá desenvolver a sua autonomia, a sua autoconfiança e o seu autoconhecimento. Do mesmo modo, irá desenvolver a sua comunicação de forma criativa e crítica, tornando-se um cidadão que participa e intervém no que lhe acontece e no que acontecer nos diferentes contextos. Este projeto pretendeu incluir as artes visuais no cotidiano escolar dos alunos.

Integração com a comunidade e a tradição local

A vila do Bombarral é detentora de um vasto e rico património azulejar que poderá ser admirado em vários locais, desde a toponímia, que ostenta produções da ancestral tradição cerâmica no Bombarral, até edifício dos Paços do Concelho, onde é possível observar azulejos de produção mais recente da autoria de Manuel Gaspar, que ilustram alguns dos locais mais emblemáticos do concelho. Outras referência são os azulejos da casa de Abel Pereira da Fonseca (década de 1920), da autoria de Jorge Pinto, da estação ferroviária que se destaca pelos seus painéis de azulejos, de 1930, da autoria de Jorge Pinto, e da Capela Madre Deus (século XVI). É ainda possível apreciar os painéis de azulejos da antiga Quinta dos Patuleias (Quinta de Santo António), produzidos pela Cerâmica Artística Bombarralense em 1948, recentemente removidos para restauro e que se encontram em exposição no Mercado Municipal. Tudo isto é possível vivenciar na “Rota do Azulejo” do Bombarral, se nos limitarmos à vila, já que, no concelho, existem outros pontos de particular interesse neste domínio.

Temática e artista convidado

Atualmente, o artista Thomas Schittek, residente no nosso concelho, promove a azulejaria artística contemporânea, baseada na tradição nacional desta vertente. Daí ter surgido a ideia de desenvolver um projeto neste âmbito, inserido no tema aglutinador do Plano Anual de Atividades: “Viajar no Tempo” e no Projeto Cultural de Escola.

Dimensões

O painel é constituído por 2640 azulejos, numa dimensão total de 12 metros de largura por 5 metros de altura.

O processo

Como tudo começou...

Em março de 2023, os alunos, à altura no 2.º ano, visitaram atelier do ceramista João Barros, guiados pelo artista Thomas Schittek. Os alunos experienciaram as diferentes técnicas de produção e pintura de azulejo. Esta atividade contou com a colaboração dos ceramistas Teresa Alves e João Barros.

Os primeiros estudos

Apresentação do trabalho final aos pais

No dia 5 de março de 2024 o trabalho final foi apresentado aos pais das crianças. Não sendo possível mostrar a totalidade do painel, foi montada uma pequena parte e afixados o desenho final, em papel vegetal, no tamanho real.

O artista Thomas Schittek explicou, com a ajuda de alguns alunos, todo processo criativo e a forma como as crianças se foram apropriando e sentindo-se parte efetiva do mesmo. Nada surgiu por acaso. Partindo do tema pré-estabelecido, as crianças foram desafiadas e foram correspondendo através dos seus desenhos. O painel faz a conjugação de partes de todos os desenhos.

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E a obra fez-se...

No dia 20 de maio de 2025, foi inaugurado o painel artístico "Viajar no Tempo", uma obra colaborativa desenvolvida ao longo de dois anos pelos alunos das turmas do 4.º ano, em parceria com o artista Thomas Schittek. A cerimónia de inauguração contou com a presença dos alunos, professores, familiares, direção do agrupamento, município e o representante da empresa Cozigosto. Mais do que uma simples obra visual, o painel reflete o universo criativo das crianças, integrando elementos de fantasia e desejo de descoberta. Cada traço e cor revela uma viagem simbólica pelo tempo, guiada pela curiosidade e pela visão única dos mais pequenos. Este projeto proporcionou uma experiência educativa e extremamente enriquecedora para todos os participantes e ficará para sempre na memória de todos!

[Foto Gazeta das Caldas]

Os pequenos artistas

Sobre Thomas Schittek

Não há palavras simples que expliquem o percurso de vida de Thomas Schittek, nem frases complexas que descrevam a sua obra. Não basta olhá-la, é preciso conviver com ela e tocá-la e desfrutá-la para a sentir e possuir.

(António Pedro Machado)

Biografia

Thomas Schittek nasceu a 8 de Janeiro de 1964 em Munique, Alemanha, e formou-se em Técnicas de Impressão na Universidade de Munique em 1988. Durante os anos 89 e 90 trabalhou, primeiro, como bolseiro da cidade de Lauenberg, na Residência dos Artistas e, mais tarde, nos Estados Unidos, num atelier em Boston. Nos finais de 90 regressou a Munique e viajou pela Alemanha com um destino já traçado, mas ainda sem rumo.

Em 1991 rumou ao sul da Europa em autocaravana, só, em busca de um lugar que lhe dissesse "é aqui". Passou por Peniche e por lá ficou entre Abril de 91 e Maio de 92. Foi durante este período que pintou o Diário do sol – um conjunto único de 105 aguarelas em que o sol foi o elemento central. Uma aguarela a cada novo dia. Este Diário do Sol é um marco na vida e obra de Thomas Schittek porque anuncia aquelas que viriam a ser características maiores da sua pintura: o discurso diarístico, estafetariamente cumprido em tela, papel ou azulejo; uma linguagem pictórica distinta, grandiosamente bela e simples, dominada

por elementos naturalistas que denunciam a influência que o ambiente rural, o céu e o mar viriam a exercer em toda a sua obra; e a disciplina e dinamismo do seu trabalho que nos tem revelado uma fonte inesgotável de inspiração.

Nem, tão pouco, porque veio de tão longe para nós, como se, na sua primeira passagem por Peniche, tivesse sido tocado pela "mão invisível" que o faria voltar; ou talvez tenha sido, apenas, a experiência da solidão inspiradora que sentiu quando por lá passou. Ou tudo isso. Se o acto da criação é solitário, então Thomas encontrou a invisibilidade e o silêncio num atelier que construiu no alto de uma serra [no Bombarral] onde tudo avista mas ninguém o vê.

Extraído de https://thomasschittek.com/pt/

Outras fontes

CCC: "Azulejo A Arte Do Desafio" por Thomas Schittek

Notícia sobre o projeto na "bienal cultura educação"

O Plano Nacional das Artes fez eco do projeto desenvolvido no Bombarral.

[Ver notícia]

Este trabalho foi concretizado pelos alunos do 1.º ciclo do Centro Escolar do Bombarral. Iniciado em 22/23, quando os alunos se encontravam no 2.º ano, e concluído em 24/25, já no 4.º ano. Foi orientado pelo artista Thomas Schittec e pelas professoras Marilita Lopes, Carolina Sousa, Cláudia Simões, Maria Teresa Rodrigues, Ana Paula Vitorino e Alexandra Lopes.

Teve o apoio do Município do Bombarral e da empresa COZIGOSTO.