Agrupamento de Escolas Fernão do Pó
Bombarral
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O projeto “Mural dos Cientistas” nasceu da vontade de dar a conhecer à comunidade educativa e, particularmente, às novas gerações, contributos relevantes para a Ciência, a nível nacional e internacional.
As opções de escolha eram inúmeras, mas pretendíamos ver retratados cientistas internacionais que marcaram definitivamente a evolução do conhecimento científico e, a nível nacional, queríamos marcos importantes na produção e divulgação científica.
À pertinência da divulgação científica aliou-se a componente estética. Pretendeu-se homenagear os cientistas representando-os com imagens em grande escala e visualmente bem integrados no espaço exterior da Escola. A pintura e as respetivas biografias, acessíveis por QR code, foram executadas entusiasticamente pelos alunos do Curso de Ciências e Tecnologias.
O projeto iniciou-se no ano letivo de 2020-2021 e prolongou-se por dois anos letivos.
Tratou-se de uma iniciativa do Departamento de Matemática e Ciências Experimentais, a que se aliou o Departamento de Expressões e que integrou o Projeto Cultural de Escola.
António Marcos Galopim de Carvalho nasceu em Évora, em 1931. É professor catedrático jubilado pela Universidade de Lisboa. Licenciado em Ciências Geológicas pela Universidade de Lisboa, doutorou-se em Sedimentologia pela Universidade de Paris (1964) e em Geologia pela universidade Lisboa (1968). Entre 1961 e 2001 lecionou no Departamento de Geologia daquela universidade. Entre 1983 e 1992 dirigiu o Museu Mineralógico e Geológico da UL e, posteriormente, até 2003, foi diretor do Museu Nacional de História Natural, onde dirigiu diversos projetos de investigação nas áreas da Paleontologia dos Dinossáurios e de Geologia Marinha.
É autor de 21 livros científicos, pedagógicos, de divulgação científica, de ficção ou memórias. Assinou mais de 200 trabalhos em revistas científicas e mais de 150 artigos de opinião em defesa da geologia e do património geológico.
Integrou diversos organismos nacionais e internacionais, nomeadamente a comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO, foi colaborador dos Serviços Geológicos de Portugal e criou e dirigiu o Laboratório de Sedimentologia do Centro de Estudos Geográficos, do Instituto de Geografia da Faculdade de Letras de Lisboa, entre 1965 e 1981.
Foi consultor científico da RTP e da SIC para séries televisivas de divulgação científica na área das Ciências da Terra e de diversas Editoras.
1994 - Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada
1994 - Prémio Bordalo na categoria "Ciências"
2016 - Medalha Municipal de Mérito Científico atribuída pela Câmara Municipal de Lisboa
2018 - Doutor Honoris Causa pela Universidade de Évora
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho, professor de Química e Física, poeta, investigador, historiador, escritor, fotógrafo, pintor e ilustrador, filho de um funcionário dos correios e telégrafos, José Avelino da Gama de Carvalho e de uma dona de casa, Rosa das Dores Oliveira Gama de Carvalho, que tinha como grande amor, a literatura.
Nasceu a 24 de Novembro de 1906 na Rua do Arco do Limoeiro (hoje Rua Augusto Rosa) na freguesia da Sé. Aí cresceu, juntamente com as irmãs, numa casa modesta e numa atmosfera familiar tranquila.
A sua mãe tendo uma grande paixão pela literatura transmitiu esse sentimento ao seu filho, é ela que, através dos livros inicia o filho na arte das palavras.
Com uma tão acentuada e precoce predisposição literária seria natural que, concluídos os estudos liceais, ingressasse numa Faculdade de Letras, no entanto, tal não sucedeu pois foi no liceu Gil Vicente que tomou o primeiro contacto com as ciências, que despertaram nele um novo interesse, interesse tal que, durante largo tempo, se sobrepôs à criação poética. Face a esta nova descoberta, acaba por se matricular na licenciatura em Físico-Química da Faculdade de Ciências do Porto com a firme resolução de ingressar no professorado.
Concluído o curso, a preocupação em desenvolver metodologias que incentivassem o gosto pela disciplina entre os alunos levaram-no a embrenhar-se afincadamente na docência, na elaboração de textos didáticos e na colaboração em diversas revistas de caráter científico e pedagógico, tais como a Gazeta de Física, Liceus de Portugal ou Palestra.
A dedicação ao ensino, à formação de professores (como metodólogo de Física) e à edição de numerosas obras de divulgação de temas científicos – de A Ciência Hermética (1947) a A Radioactividade (1985) - avivaram a sua percepção acerca das enormes lacunas que se verificavam na investigação sobre a História da Ciência e do Ensino no país. A vontade de contribuir para minorar essa situação motiva-o a estabelecer uma nova linha de trabalho que viria a produzir resultados da maior importância para o conhecimento científico em Portugal.
O trabalho de Rómulo de Carvalho como investigador da História da Ciência e do Ensino contribuiu de forma substancial para o avanço do conhecimento dessas matérias em Portugal. A sua predileção pelo período setecentista proporcionou-nos obras inovadoras e imprescindíveis sobre a Física, a Astronomia ou a História Natural dessa época
A par da atividade de professor liceal, Rómulo de Carvalho retomou, no início da década de cinquenta, a criação poética. Escreveu várias obras sobre o pseudónimo literário de António Gedeão. Publica, aos cinquenta anos, o seu primeiro livro de poesia: “Movimento Perpétuo” (1956), a que se seguem “Teatro do Mundo” (1958) e “Máquina de Fogo” (1961). Com apenas três livros editados em meia dúzia de anos, ganha rapidamente um lugar de relevo no panorama literário português. António Gedeão surgiu como «um poeta novo e diferente».
1996 - Homenagem nacional promovida pelo Ministério da Ciência e da Tecnologia nas comemorações dos seus 90 anos, durante as quais recebeu a Grã-cruz da Ordem Militar de Santiago e Espada.
1997 - Depois da morte, a data do seu aniversário, 24 de Novembro, passou a ser designada como Dia Nacional da Ciência.
2003 - Estátua de António Gedeão colocada na Alameda dos Poetas, em Oeiras.
2007 - Sessão de homenagem da Universidade do Porto a Rómulo de Carvalho, que teve lugar no Salão Nobre a 5 de Maio
Albert Einstein nasceu em Ulm, na Alemanha, no dia 14 de março de 1879, no seio de uma família de judeus não praticantes. Em 1880, a família mudou-se para Munique, onde o pai, Hermann e o tio Jacob fundaram a Elektrotechnische Fabrik J. Einstein & Cie, uma empresa que fabricava equipamentos elétricos.
Em 1896 inicia os seus estudos na Escola Politécnica de Zurique (E.T.H) para obtenção do diploma de professor de Física. Aí encontra aquela que virá a ser a sua primeira mulher, Mileva Maric (1875-1948). Durante o curso, em física e matemática, Einstein falta muitas vezes às aulas para trabalhar ou para estudar a física mais recente da altura, ficando a depender dos apontamentos tirados pelo seu colega e amigo Marcel Grossmann (1878-1936) para se preparar para os exames.
Em fevereiro de 1901 adquire a nacionalidade Suíça e no ano seguinte consegue uma colocação como examinador de 3ª classe na Repartição das Patentes de Berna. Em 1903 casa-se com Mileva Maric, de quem teve dois filhos: Hans Albert (1904-1973) e Eduard (1910-1965). Antes do casamento, tiveram uma filha, Lieserl, que aparentemente nunca chega a viver com o casal. Suspeita-se que tenha sido dada para adoção.
Em 1905, o seu "annus mirabili", publicou quatro artigos seminais na revista Annalen der Physik, uma das revistas científicas de maior prestígio da época, três dos quais viriam a revolucionar a física. No primeiro artigo propôs a hipótese dos quanta de luz e estabeleceu a lei do efeito fotoelétrico, no segundo artigo interpretou o movimento browniano, cujas leis contribuíram para o reconhecimento da realidade física dos átomos, no terceiro artigo, sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimento, estabeleceu a teoria da relatividade restrita (que generalizou posteriormente, em 1915, na teoria da relatividade geral, para incluir a lei da gravitação universal de Newton, numa descrição unificada da gravidade como uma propriedade geométrica do espaço e do tempo, ou espaço-tempo). No último artigo apresentou uma consequência importante da teoria da relatividade, a inércia da energia, onde aparece a equação E=mc2, provavelmente a equação mais famosa da história da física.
Em 1919, Einstein tornou-se conhecido mundialmente, depois da sua teoria da relatividade ter sido comprovada experimentalmente durante um eclipse solar. Quando foram anunciadas em Londres, em novembro de 1919, que as medidas do encurvamento dos raios luminosos rasando o Sol, durante um eclipse solar, confirmavam as previsões da teoria da relatividade geral, Einstein tornou-se de um dia para o outro, aos olhos da opinião pública, no maior e mais famoso cientista de sempre, com a popularidade de uma estrela do cinema, cujas opiniões científicas, políticas ou morais eram escutadas com respeito e admiração.
Einstein, que até então tinha tido um envolvimento político relativamente discreto, passou a usar a sua celebridade nos anos que se seguiram na defesa de várias causas que lhe eram caras, como o pacifismo, o Sionismo e o desarmamento. Em contrapartida, a sua fama transformou-o num alvo das forças antissemíticas da sociedade alemã dos anos vinte, onde as suas teorias foram apelidadas de “física judaica”.
Albert Einstein foi agraciado com o “Prémio Nobel de Física”, em 1921, pelas suas contribuições no campo da física teórica e, em particular, pela sua descoberta da lei do efeito fotoelétrico.
Em 1932, temendo a ascensão de Hitler ao poder, exilou-se os Estados Unidos da América. Em 1939, preocupado com o possível desenvolvimento de armas nucleares por parte da Alemanha nazi, assina, juntamente com outras personalidades, uma carta dirigida ao presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, recomendando a investigação em armas nucleares. Em 1940 naturalizou-se norte-americano mantendo, contudo, a cidadania suíça. Doze anos depois, em 1952, recusou a proposta de se tornar o segundo presidente do recém-criado estado de Israel.
Durante a sua vida, realizou diversas viagens pelo mundo, proferiu várias palestras públicas nas mais prestigiadas universidades, publicou mais de 300 artigos científicos e recebeu os mais diversos prémios, condecorações e agraciações.
Faleceu no dia 18 de abril de 1955, com 76 anos de idade, em resultado da rutura de um aneurisma na aorta. O seu corpo foi cremado depois de o cérebro e os olhos tirem sido retirados durante uma autópsia não autorizada. Pouco antes de morrer escreveu a sua última carta assinada a um amigo de longa data, Bertrand Russell, consentindo incluir o seu nome num manifesto internacional de renuncia às armas nucleares.
Em 1999, foi eleito por 100 prestigiados físicos, como o mais memorável físico de todos os tempos.
Charles Robert Darwin nasceu a 12 de fevereiro de 1809, em Shrewsbury, Inglaterra. Ainda rapaz, desinteressado pelo ensino convencional, em particular pelas aulas de grego e de latim, refugiava-se no mundo natural, ao qual se dedicava com entusiasmo. Darwin fazia experiências num laboratório caseiro e recordava esses momentos como a “melhor parte” da sua educação. Passava a maior parte do tempo em explorações no campo, colecionando e tirando apontamentos de tudo o que observava. O seu deslumbramento pela natureza e sentido de ordem, viria a ser-lhe muito útil no futuro.
O pai de Darwin era um médico de sucesso e persuadiu-o desde cedo a seguir medicina, mas Darwin, após ter presenciado os actos médicos da época, abandonou a ideia. O seu pai decidiu então enviá-lo para a Universidade de Cambridge, para seguir uma educação eclesiástica. Na universidade, Darwin encontrou um ambiente de grande atividade científica. Aí reforçou a sua paixão pela História Natural, para a qual contribuiu o seu professor Stevens Henslow. Foi com este professor que Darwin aprendeu o fundamental sobre técnicas de observação e de amostragem. Foi ainda Henslow quem o convidou para, na qualidade de naturalista, fazer uma viagem à volta do mundo, a bordo do navio HMS Beagle, viagem essa que viria a durar 5 anos. Darwin iniciou a sua viagem com 22 anos ainda imaturo e inexperiente. Durante a viagem, explorou com detalhe a América do Sul e as suas ilhas, incluindo as Galápagos, entre outros locais do mundo; registou nos seus cadernos observações rigorosas e detalhadas sobre os seres vivos e a geologia dos locais que visitou; recolheu milhares de espécies que enviou para Inglaterra para as estudar posteriormente; enviou também inúmeras cartas para os seus colegas naturalistas britânicos, o que contribuiu para que se aproximasse da comunidade científica da época. Durante a sua viagem, Darwin trocou correspondência com a sua família e recebeu notícias sobre a política e as relações sociais locais, às quais não foi indiferente. Darwin considerou esta viagem como tendo sido o acontecimento mais importante da sua vida e aquele que determinou toda a sua carreira. Na verdade, quando regressou, já era um naturalista experimentado, reconhecido e integrado na comunidade científica. A sua viagem transformou-o: de observador nato passou a pensador analítico. Poucos meses depois de ter regressado da viagem, Darwin foi viver para Londres, juntando-se aos seus colegas naturalistas e entregou-se à organização e à escrita das pesquisas que tinha feito durante a sua viagem. Foi aí que começou a “encaixar” as diferentes peças que viriam a compor a Teoria da Evolução das Espécies por Seleção Natural.
No verão de 1842, Darwin sentiu-se preparado para delinear, por escrito a sua teoria, uma pequena versão do que viria a ser a sua obra-prima: “A Origem das Espécies”. No entanto, as suas ideias foram mantidas em privado durante os 20 anos seguintes. Darwin tinha a consciência que faltavam dados para poder convencer a comunidade científica das suas ideias e que teria de apresentar argumentos que respondessem aos seus opositores. De notar que a sociedade da época era conservadora e profundamente religiosa.
Em 1858, o naturalista Alfred Russel Wallace, enviou uma carta a Darwin que esboçava uma teoria da evolução por seleção natural muito parecida com a sua. Darwin ficou desesperado pois passara tantos anos da sua vida de trabalho inquietado com as suas ideias e afinal a teoria que tinha vindo a desenvolver iria ser atribuída a outra pessoa. Com a ajuda de amigos, que reconheceram que a ideia original tinha sido sua, apresentou, em conjunto com Wallace, a teoria à Linnean Society of London. Um ano depois, publicou o livro: “A Origem das Espécies” que teve um grande impacto em todo o mundo, servindo de inspiração para discursos políticos, sermões e até poemas.
A grande quantidade de dados compilados por Darwin e a força dos seus argumentos, fizeram com que a sua teoria tivesse sucesso e que outras hipóteses sobre a origem das espécies ficassem pelo caminho.
Ao longo da sua vida Darwin publicou outros trabalhos, entre eles: “A Origem do Homem e Seleção Sexual”; “A Expressão das Emoções nos Homens e nos Animais”.
Os seus trabalhos só foram limitados por problemas de saúde de que sofreu nos últimos anos de vida.
Charles Robert Darwin morreu aos 73 anos, a 19 de abril de 1882. O seu desejo era ser sepultado junto dos seus filhos e de um dia a sua mulher Emma mas, considerado como “O maior inglês desde Newton”, foi sepultado em Westminster Abbey.
Quando Darwin morreu, a evolução era aceite como facto pela generalidade dos cientistas, mas o mecanismo da seleção natural ainda não. Darwin teria de ter compreendido a hereditariedade – enigma a que se dedicara até ao final da sua vida, sem o conseguir resolver.
Marie Curie nasceu em Varsóvia no ano de 1867, na Polónia. Faleceu em Passy, França, no ano de 1934.
Era filha de um professor de Física e de Matemática, o que mostra que teve contato direto com as ciências desde cedo e que a educação sempre foi valorizada pela família.
Foi bastante complicado para Marie Curie frequentar o ensino secundário, pois na Universidade de Varsóvia não eram permitidas mulheres, o que a fez mudar-se para França em 1891 e frequentar a Universidade de Sorbonne.
Em 1893 formou-se em Física e em 1894 em Matemática.
Em 1894, conheceu o professor de Física Pierre Curie, com quem casou e efetuou várias pesquisas científicas.
Pierre Curie morreu tragicamente, vitimado por um atropelamento e Marie foi indicada para substituí-lo, tornando-se a primeira professora (mulher) de Física Geral.
Marie faleceu devido a Leucemia que pode ter sido causada pela exposição à radiação durante a sua pesquisa científica e o seu trabalho radiológico em hospitais de campanha durante a Primeira Guerra Mundial.
Henri Becquerel descobriu que o urânio (U) emitia uma radiação semelhante ao raio-X e isto despertou a atenção de Marie.
Marie descobriu que o elemento químico Tório (Th) emitia uma radiação parecida com a do urânio e a intensidade dessa radiação apenas dependia da quantidade da substância. Isso levou à conclusão que a radiação provém de algo do interior do átomo de cada elemento. O termo radioatividade foi inventado por Marie Curie.
Marie Curie começou a estudar o elemento químico urânio, pois era a principal "pista" de Becquerel sobre a radioatividade. Para isto, Marie estudou o mineral pechblenda, maioritariamente composto por urânio e apercebeu-se da possível existência de outros elementos radioativos nesse mineral. Então, Pierre e Marie Curie investigaram todos os elementos presentes no mineral e em 1898 descobriram dois novos elementos com maior radioatividade: o polónio (nome atribuído em homenagem à terra natal de Marie Curie), Po e o rádio, Ra.
A descoberta do rádio e do polónio contribuiu para o desenvolvimento do raio-X que Marie usou como auxílio na Primeira Guerra Mundial.
Em 1903 ganhou o Prémio Nobel da Física devido aos seus estudos sobre a radioatividade (termo criado por ela). Este prémio foi dividido entre ela, o marido (Pierre Curie) e o físico Henri Becquerel.
Em 1911 venceu o Prémio Nobel da Química devido à descoberta de dois elementos químicos: Polónio (Po) e Rádio (Ra)
Isto fez com que Marie Curie fosse a primeira mulher a receber um Prémio Nobel e a única a ganhar o Prémio duas vezes em áreas diferentes.
No dia 2 de março de 2023, com a presença do Prof. Galopim de Carvalho, decorreu a apresentação pública do mural.
Um dia marcante com a presença de alunos do 1.º Ciclo que, na cerimónia, usaram gravatas feitas pelos próprios e ilustradas com dinossauros.